17 de outubro de 2013

Resenha: Gensoumaden Saiyuuki





Por Escritora Otaku


Meu primeiro contato com esta franquia foi numa revista que falava das adaptações baseadas diretamente ou não na “Jornada ao Oeste”. Claro que foi apenas na segunda retomada nas gravações de animes que dei uma chance e assim me apaixonei pelo grupo de Sanzo, Gojyo, Hakkai e Goku - de animes que possui grupos masculinos, o que mais identifiquei e assisti praticamente tudo foi “Saiyuuki”. Não tem jeito, por mais que tenha uma quedinha pelo Hakkai e Goku, não posso ignorar os outros dois por estarem juntos numa grande jornada - me levando a, recentemente, estar quase pronta uma fanfic com estes personagens em tempos modernos, que no momento, tem sido muito legal de se acompanhar o pessoal. E sim, meu nickname Escritora faz sentido por desde pequena escrever histórias, sejam de minha autoria ou fanfics de animes/games/tokusatsu.

O que posso falar da primeira série da franquia “Saiyuuki”? Fora o quarteto principal, toda sua mitologia e desenrolar mesmo simples, são compreensíveis; de ter pena ou não dos youkais que eles enfrentam; de suas briguinhas habituais e do traço gótico com estilo daqueles animes com vários personagens masculinos, sem apelar muito a este recurso. A dublagem do quarteto também é algo muito marcante, parece que escolheram o pessoal certinho para interpretá-los. De qualquer forma foi com esta série, “Kareshi Kanojo no Jijou” e “GetBackers” que reiniciei minhas gravações de animes e por este fator nostálgico, sem soar brega, que “Gensomaden Saiyuki” merece atenção.


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Alternativo: Saiyuki
Ano: 2000
Diretor: Hayate Date ("Naruto")
Estúdio: Group TAC / Pierrot
Episódios: 50
Gênero: Aventura / Comédia / Sobrenatural
De onde saiu: Mangá, 9 volumes, finalizado (1997-2002)



Antes de seguir com a resenha abaixo, é preciso ressaltar que a série tem como base uma antiga lenda chinesa ("Jornada ao Oeste", nesse caso), que teve muitas adaptações em animações, sendo a mais famosa “Dragon Ball” de Akira Toriyama. Fora que os personagens centrais da lenda costumam aparecer em algumas animações japonesas, mostrando o seu valor e o impacto que ocasionou ao público japonês. Escrita por Wu Cheng'en, conta sobre um macaco de nome Son Goku – familiar o nome, não acham? - que nasceu numa pedra e segue numa peregrinação de um monge de nome Genjo Sanzo em busca dos pergaminhos sagrados, ao lado de outros companheiros até seu destino final. Os outros dois personagens são Gojyo, uma kappa – criatura folclórica no Japão – e Hakkai, um porquinho.

Dos personagens citados desta lenda, o mais famoso e conhecido se trata do Son Goku, que teve várias representações em animações, filmes e até live-action. No caso da série abaixo, os demais personagens ganham tanto destaque quanto o que deu a fama da lenda chinesa. “Saiyuki” começou em um mangá criado pelo mangaká Kazuya Minekura, em 1997, com nove volumes encadernados e um spin-off, intitulado “Saiyuki Gaiden”, onde conta uma história abordada antes da primeira série. Após este mangá, o autor continuou a série com o mangá “Saiyuki Reload” – onde originou as duas animações seguintes à primeira série – alguns OVAs e um filme.

“Gensomaden Saiyuki” inicia contando sobre uma terra onde humanos e youkais convivem juntos, mas, por alguma razão desconhecida, os youkais começaram a se rebelar e a matar qualquer um que cruzasse os seus caminhos. O motivo deste descontrole é um experimento para reviver um dos mais perigosos youkais que existiu, de nome Gyumaoh, que está sendo realizada na Índia. Para impedir que o experimento seja concluído foi chamado um monge de nome Genjyo Sanzo, que junto a três youkais, Sha Gojyo, Cho Hakkai e Son Goku, serão encarregados de irem lá e acabar com o problema. 

Claro que isso não agrada a Sanzo, pois apesar de reconhecer as habilidades deles, sua relação com eles não é exatamente de velhos amigos, mas, os quatro compartilham passados tristes e uma determinação que, a contragosto, passa a viajar com eles. Durante a jornada, os quatro encaram hordas de youkais que querem impedir que cheguem ao local e várias aventuras, que revelam a situação dos humanos e dos youkais, chegando até a afetar os deuses, que querem um fim de tudo aquilo. Na série, são revelados o passado dos personagens e como acabaram entrando na situação, como também as briguinhas que passam, pois com exceção de Hakkai, a relação dos demais é demasiadamente problemática...

As personalidades dos quatro personagens centrais são um dos pontos fortes da história, pois dá um charme a mais na animação e mostra que não precisam ser tão bonzinhos e camaradas para realizar a missão. Sendo assim, segue abaixo uma descrição de cada um deles para terem uma ideia do que esperar na série:

·  Genjyo Sanzo não se encaixa no perfil dos monges que estamos acostumados a ver por aí; sua aparência séria e fria revela um personagem que sofreu quando criança e que carrega o fardo dos Monges Sanzos, que estão acima dos monges comuns. Fora a missão que lhe é dada, tem de encontrar um objeto que pertenceu à única pessoa que o via como alguém e que é uma das marcas registradas dos monges do seu tipo: uma Escritura que tem grandes poderes. Para encarar os youkais, usa uma arma que os mata e se não funcionar, pode usar dos poderes da Escritura Maten, que fica em seus ombros para dar cabo deles.

·  Sha Gojyo não é totalmente youkai e sim, meio youkai, identificados pelos olhos e cabelos avermelhados; tem personalidade malandra e de certa forma, é um tanto mulherengo. Sempre está fumando e tirando um sarro com o Goku, que o provoca, sendo o mais rebelde do grupo. Quando novo, viu sua mãe sendo morta na sua frente e conviveu na marginalidade, até ocorrer um fato onde conheceu os demais personagens e mudar um pouco a forma de enxergar a vida. Seu maior objetivo – fora o de namorar firme com uma garota – é encontrar o seu irmão mais velho, que sumiu depois da morte de sua mãe. Para lutar costuma usar uma lança com uma lua na ponta, mas prefere enfrentar os youkais com as próprias mãos, demonstrando seu lado youkai.

· Cho Hakkai é o que chamamos de apaziguador das constantes brigas dos personagens, pois trata todos igualmente e é bastante calmo e paciente, se mantendo na dele. Claro que isso é possível por causa do que houve com ele anos atrás: sua noiva foi pega por um grupo de youkais e para salva-la, acabou matando mil youkais, se tornando um deles e presenciou a morte de sua grande paixão. Totalmente vazio, tentou se matar e acabou conhecendo Sanzo e os outros, mudando de vida e tornando-se “bonzinho”, participando da empreitada. Usa um delimitador em uma das orelhas para manter a consciência, que caso seja retirada, retorna ao formato youkai, mas normalmente evita tirar; luta usando técnicas Qigong, que são rajadas de energia que podem atacar, defender e curar ferimentos. E tem como mascote um dragãozinho branco de nome Hakuryuu, que pode se transformar em um jipe, sendo o transporte do grupo durante a jornada.

·  Son Goku é o mais novo dos personagens: sua personalidade revela um estilo travesso, bobinho e infantil, o que acaba ocasionando dor de cabeça para o Sanzo e provocação para o Gojyo. Dos personagens da série é o que mais lembra o personagem da lenda chinesa, pois suas roupas e sua arma são idênticas ao original. É guloso e sempre reclama de fome; gosta de lutar e tal como o Hakkai, usa um delimitador em forma de tiara para manter-se consciente e que, quando é quebrada, se torna um youkai incontrolável, poderoso e cruel, que somente Sanzo é capaz de fazê-lo retornar ao normal. Conheceu Sanzo quando o próprio o encontrou preso em uma montanha e passou a acompanha-lo, como um mascote, e é assim que é tratado pelo pessoal, exceto pelo Hakkai.


Como animação, “Gensomaden Saiyuki” possui uma produção modesta, com alguns efeitos de computação gráfica e um traço bem detalhista que remete ao estilo gótico; produzido no ano 2001, a série tem uma qualidade padrão que não o destaca nos aspectos técnicos e que infelizmente, não revela o final da jornada. O que chama a atenção é justamente a sua dublagem, onde o elenco de dubladores deu vida e personalidade para os personagens da trama e é um dos atrativos para assistir a série em si. Raramente dá para encontrar em animações japonesas uma dublagem tão natural e incomum, o que revela o trabalho que os dubladores tiveram para dar voz aos seus respectivos personagens. Na trilha sonora, a série contou com dois temas de abertura e dois temas de encerramento: as aberturas foram “For Real” e “Still Time”, ambas possuem um ritmo pop-rock bem enraizado nas melodias e nas letras; os encerramentos foram “Tightrope” e “Alone”, sendo uma no ritmo usado das aberturas e que traz cenas do mangá no clip e o segundo um estilo mais calmo e suave. Num geral, as aberturas tem mais impacto que os encerramentos, chamando mais a atenção do espectador.



Claro que este não é o fim da jornada de Sanzo e companhia, pois após o fim da animação, foram produzidos alguns OVAs – o último em 2011 – duas séries que seguem o roteiro do mangá “Saiyuki Reload” e um filme, e mostram que os personagens percorreram mais da metade do caminho até a Índia. Ou seja, ainda tem muito chão e youkais para encararem até o destino final...


Atualização: Em julho de 2017 houve mais uma série de TV, intitulada "Saiyuuki Reload Blast".


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